A percepção e a inteligência corporal na dança

Ao praticar a dança, é possível despertar a consciência para a percepção do corpo, observando nosso espaço interno e externo, bem como desenvolver a inteligência corporal-cinestésica que está relacionada com o movimento físico e com o conhecimento do corpo. A dança permite usar o corpo também para expressar emoções, sentimentos e idéias.

Segundo Vianna (1990) {...} é preciso buscar a origem, a essência, a história dos gestos - fugindo da repetição mecânica de formas vazias e pré-fabricadas. Só assim o trabalho resultará em uma criação original, em uma técnica que é meio e não fim, pois a técnica só tem utilidade quando se transforma em uma segunda natureza do artista.

Ao se iniciar o trabalho corporal, o bailarino deve ser conduzido aos seguintes aspectos:

- Intenção dos movimentos;

- Manejo corporal;

- Utilização da energia (movimentos bruscos X movimentos suaves);

- Localização espacial;

- Postura

Na visão de Laban, é importante também considerar que para o indivíduo ter maior destreza na dança ele necessita dominar:

 - A energia muscular (força resistente à gravidade);

- Velocidade em função do tempo (aceleração e desaceleração);

- Conhecimento e exploração espacial em sua multiplicidade de direções;

- Conhecer e experimentar as possibilidades de combinações das formas de movimento.

Desta forma, o bailarino poderá utilizar de sua própria forma, todos estes aspectos, definindo suas linhas, conteúdo, intenção e projeção, buscando sua consciência interior na construção de sua própria dança.

Para aumentar o repertório corporal, é necessário que o bailarino de espaço para se descobrir, praticando e desenvolvendo a capacidade de criar movimentos próprios, com individualidade e beleza.

O gesto dançado vem do interior, levando os braços e o resto do corpo a mover-se como consequência. Através de sua percepção, o indivíduo poderá observar conscientemente a função de selecionar movimentos apropriados às situações, investigar o porquê de tal escolha ou preferir deixar-se à mercê das forças acidentais - de gravidade e controle - no sentido de obter uma sensação corporal ao dançar.