quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Dança Educativa - Rudolf Laban

      As teorias de Laban no Brasil, começaram a ser estudadas a partir da chegada de Maria Duschenes ao país, na década de 40, que influenciou os rumos do ensino da dança para crianças/adolescentes.
      O discurso educacional de Laban está enraizado tanto na filosofia da dança moderna do início do século quanto nas idéias da Escola Nova difundidas por John Dewey na Inglaterra. Laban defendia um ensino de dança no qual o ser humano pudesse explorar de maneira livre suas capacidades "espontâneas e inatas" de movimento no espaço. Durante toda a sua vida, buscou formular teorias sobre o movimento que pudessem expandir, entre outros, o conceito de dança, relacionando-o a uma teoria central e universal que abarcasse toda experiência humana.
      Em 1985, em seus estudos, Laban desenvolveu uma nova técnica de dança que chamou de dança livre. Ele acreditava na época (entre as décadas de 40 e 50), que 'técnicas tradicionais de dança lidam com o domínio dos movimentos individuais de estilo de dança particulares', enquanto que ' a nova técnica de dança (promove), domínio do movimento em todos os seus aspectos corporais e mentais e é aplicada à dança moderna como uma nova forma de dança teatral e social'. Todo o desenvolvimento dessa técnica foi realizado por meio de suas experiências sobre o entendimento do movimento humano que ele acreditava ser uma maneira de também entender as pessoas. 
      O vasto trabalho de análise do movimento de Laban e a criação desta técnica revolucionaram tanto o mundo da dança quanto o da educação não só de sua época, mas até hoje exercem influência nos meios acadêmicos e práticos da dança, psicologia, sociologia e antropologia. Seus princípios e análises viabilizam maior objetividade, clareza, exatidão, intencionalidade e atenção ao trabalho corporal/educacional. Laban trouxe para o mundo da educação referencias corporais que instrumentalizaram um processo de criação menos espontaneísta e potencialmente mais consciente.
(Fonte: MARQUES, Isabel A. Ensino de dança hoje: textos e contextos - 5. ed. - São Paulo: Cortez, 2008.)

"Há por trás de todo acontecimento e de toda coisa, uma energia que dificilmente se pode dar nome. Uma paisagem escondida e esquecida. A região do silêncio, o império da alma; em seu centro, há um templo em movimento. As mensagens vindas dessa região do silêncio são, no entanto, tão eloqüentes! Elas nos falam, em termos sempre cambiantes, de realidades que são, para nós, de uma grande importância. O que nós chamamos habitualmente de “dança” vem dessas regiões, e aquele que for consciente disso é um verdadeiro habitante desse país, tirando a sua força diretamente desses tesouros inesgotáveis." (LABAN, apud LAUNAY,s/d.:85)

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